ANÁLISES: CONTEÚDO E DISCURSO

Não há como não destacar, logo de início, a ideia de que o conhecimento não é linear, não há uma progressão-acúmulo de conhecimentos.
As análises de discurso e conteúdo surgem em nosso entremeio como uma forma de também se construir e disseminar saberes. Com surgimento ao final dos anos 60, por a análise do conteúdo não ser mais tão suficiente naquele quadro, temos a análise do discurso que vem como alternativa para a análise do conteúdo. É proposto a partir de então que se ponha em conjunto linguagem e sociedade mais contexto ideológico, tornando-se uma nova forma para repensar antigas práticas.
A antes mais utilizada análise de contéudo, algumas vezes é apresentada como mais simples e de fácil abordagem, o que não o é de fato. Neste modelo, prima-se por alcançar a significação do texto numa perspectiva estável, na tentativa de alcançar o sentido que o autor do texto lhe imprimiu ao produzi-lo; em A.C. é preciso atentar-se a sua relação com a construção das perguntas acerca do objeto, e é isto que lhe torna não tão simplificada.

Ótima reflexão colega, mesmo sendo antiga, acredito que até anterior a análise de discurso, e nascendo em um berço positivista, o que contribuiu para que a análise de discurso possa ser quali, quanti, ou quali-quantitativa, a AC busca a significação do texto, especialmente com textuais escritos, vale ressaltar que temos aqui dois tipos de textos que podem ser trabalhados pela AC: os textos produzidos em pesquisa, através das transcrições de entrevista e dos protocolos de observação; e os textos já existentes, produzidos para outros fins, como textos de jornais por exemplo, ou mesmo material produzido durante uma intervenção como um cartaz ou uma faixa, outro exemplo.

E a AC nos traz ferramentas que poderão auxiliar na análise deste texto, por exemplo, numa confecção de cartazes que foi produzido por uma atividade em um grupo focal de pesquisa, primeiro teríamos que realizar a leitura do cartaz, levantar hipóteses e buscar teorias que fundamente as possíveis hipóteses. Isso é a constituição do corpus através da leitura exaustiva e aprofundada deste material.
Depois o investigador buscará encontrar categorias que são expressões ou palavras significativas em função das quais o conteúdo de uma fala será organizado. Estes passos são cruciais para a categorização do texto que está sendo analisado, utilizando ainda regras de contagem (aí vamos usar nosso conhecimento quantitativo) para assim propor inferências e possíveis interpretações.
Acredito que este estudo está sendo muito valia para minha pesquisa, pois a partir daquilo que venho desenhando e almejando como instrumento para construção de dados, através do diagnóstico rural participativo, vou construir colaborativamente com o grudo de colaboradores muitos materiais, até mesmo cartazes, que serão passíveis de leituras parofundadas por meio da técnica análise de conteúdo.