"Onde, afinal, está o perigo?"

Foucault  afirma “suponho que em toda sociedade a produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por certo número  de procedimentos que têm por função conjurar seus poderes e perigos, dominar seu acontecimento aleatório, esquivar sua pesada e temível materialidade.” (p.
O discurso é dinâmico, produtivo. Ele permite que as ideologias se estruturem, torna-se  perigoso na medida em que serve a interesses, consolida hierarquias sociais e pode ser usado para manipular, discriminar, oprimir, segregar, calar como  forma de se apropriar do poder do qual deseja apoderar.

Adailce, seu comentário sobre essa periculosidade do discurso me lembra Hitler, quando suas ideias fascistas se materializaram em seus discursos, provocando tragédias imensuráveis, mortes, traumas, separações, entre outras coisas que a humanidade jamais vai conseguir reparar.
Um discurso pode tomar proporções inimagináveis, a partir de como o sujeito o molda para atingir seus próprios interesses.

Um questionamento inquietante, Adailce. O perigo do discurso está no risco dele se multiplicar indefinidamente e ganhar corpo como verdade, como aceitável, como novo modo de viver. Isso pode romper com verdades impostas, criar conflitos ou novos paradigmas sociais. Controlar o discurso é controlar o pensamento e a ação.

Meninas, questionamento instigante para pensarmos nas ideologias estruturadas através de discursos eloquentes poderosos e perigosos ao nosso redor. Discurso é poder, a depender de como o sujeito se apodera dele, pode ser um instrumento para oprimir, manter a servidão dos cativos ou promover a libertação.

Esse questionamento sobre onde está o perigo é bastante relevante, considerando que os comportamentos das pessoas são influenciados pelo contexto em que estão inseridos, de modo que dialoga sobre questões referentes a interdição, ou seja, na sociedade existe a interdição, os indivíduos não são completamente livres para se expressar, mas precisam fazer isso de acordo com o que é aprovado socialmente, evidenciando dessa forma a questão do poder.

Perigo e dominação também se apresentam em outras obras de Foucault, como em Microfísica do Poder, em que o autor aponta a dominação de homens sobre homens como a responsável pelo nascimento da diferença de valores. A luta pelo poder, entre classes, determina a ideia de liberdade. O poder, ao se permear pela sociedade, produz coisas, induz ao prazer, forma saber e produz discurso.

Dizer o que os outros querem ouvir é um jogo ideológico do discurso de interdição ( p.04). Assim, contexto no qual o discurso é produzido pode residir, o perigo e a dominação, discurso moldado, mascarado( citado acima por Juliana e Fonseca o discurso de Hitler). Discurso que teve consequências irreparáveis nas e sobre as vidas das pessoas .
As relações de poder também é discutida em outra obra de Foucault, Vigiar e Punir, ele discorre sobre os perigos da punição nas prisões que não é somente do corpo e sim da alma. " A verdade é que punir, atualmente, não é apenas converter uma alma" ( p.20). Isso lembra também o poder e a dominação dos discursos religiosos, educacionais, familiares ...