Meu discurso: opressão ou liberdade?
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Meu discurso: opressão ou liberdade?
Foucault apresenta em “A Ordem do Discurso” a importante e intrigante teia que envolve o discurso, suas condições de produção, distribuição, o poder que o permeia e controla. É importante salientar que por mais que um discurso pareça livre, ele sempre estará preso aos discursos que o antecederam e ao contexto que o cerca, seja ele imediato ou não.
Interessante notar que as maneiras como esses discursos são controlados se modificam ao longo das épocas, visto que a sociedade passa por transformações, tomando medidas novas de controle, distribuição e compartilhamento dos discursos. Sejam por processos internos ou externos, o discurso está sempre sujeito a algo.
Sendo assim, como podemos perceber o que há de novo, se isso parece nunca acontecer? Tudo parece já ter sido dito, pensado ou falado em algum momento anterior.
Além disso, como autores, estamos sempre subjugados a uma sociedade do discurso, mesmo crentes que temos controle sobre o nosso dizer e que somos livres para escolher, não temos liberdade nesse jogo das palavras?
Interessante notar que as maneiras como esses discursos são controlados se modificam ao longo das épocas, visto que a sociedade passa por transformações, tomando medidas novas de controle, distribuição e compartilhamento dos discursos. Sejam por processos internos ou externos, o discurso está sempre sujeito a algo.
Sendo assim, como podemos perceber o que há de novo, se isso parece nunca acontecer? Tudo parece já ter sido dito, pensado ou falado em algum momento anterior.
Além disso, como autores, estamos sempre subjugados a uma sociedade do discurso, mesmo crentes que temos controle sobre o nosso dizer e que somos livres para escolher, não temos liberdade nesse jogo das palavras?
Fonseca- Mensagens : 5
Data de inscrição : 10/09/2018
Idade : 31
Re: Meu discurso: opressão ou liberdade?
Segundo se pode extrair, realmente não há essa liberdade, quando Foucault nos aponta que a educação seria um meio para tal liberdade, mas tem sido cada vez mais comum que está esteja presa ao poder dos discursos emanados, privando os sujeitos de terem acesso as suas variáveis, tal fato torna-se visível. E é esta uma situação inconcebível visto a liquidez de nossos tempos: como excluir ou como adotado pelo autor como "interditar" que se possa dizer?
Thássia de Sá- Convidado
Re: Meu discurso: opressão ou liberdade?
A ideia de liberdade é condicionada pelas práticas discursivas que permeiam as práxis. A liberdade é controlada pelos discursos, cabe a cada sujeito ter condição de fazer a reflexão sobre o discurso que norteia a sua ação, pra fins de entender que este controle existe e que seu discurso também cria outros mecanismos de controle.
É preciso fazer a crítica ao discurso, aos sistemas de recobrimento do discurso, entendendo os procedimentos de ordenamento, exclusão e rarefação, buscando apreendê-lo em seu poder de afirmação, entendo não como um poder que opõe ao poder de negar, mas de constituir domínios de objetos. Esses domínios são chamados por Foucault de “positividades”. Os discursos, portanto, devem ser analisados, com vistas a fazermos enxergar a rarefação imposta. Como salienta Foucault, “rarefação e afirmação, rarefação, enfim, da afirmação e não generosidade contínua do sentido, e não monarquia do significante”.
É preciso fazer a crítica ao discurso, aos sistemas de recobrimento do discurso, entendendo os procedimentos de ordenamento, exclusão e rarefação, buscando apreendê-lo em seu poder de afirmação, entendo não como um poder que opõe ao poder de negar, mas de constituir domínios de objetos. Esses domínios são chamados por Foucault de “positividades”. Os discursos, portanto, devem ser analisados, com vistas a fazermos enxergar a rarefação imposta. Como salienta Foucault, “rarefação e afirmação, rarefação, enfim, da afirmação e não generosidade contínua do sentido, e não monarquia do significante”.
Lais- Mensagens : 11
Data de inscrição : 10/09/2018
Re: Meu discurso: opressão ou liberdade?
Concordo com as citações anteriores, Foucault aponta que um discurso diz algo além do texto, com significações distintas a depender do contexto vivenciado , de sujeitos envolvidos e dos conhecimentos prévios experienciados. Nessa conjuntura o discurso traz a significação como libertador permeado de "várias verdades".
Contudo, embora o discurso tenha essa conotação de liberdade, é permeado de forças controladoras que agem externamente a partir da segregação, exclusão frente a expressões divergentes das regras sociais, institucionais e detentoras do saber.
Ainda no tocante das forças controladoras, observa-se as que agem internamente como o comentário, que o autor expõe ser uma manifestação da articulação silenciosa do texto. Outra força externa traz a ação dos autores visto que seus discursos baseiam-se na sua individualidade.
Tais forças ecoam nas condições em que os indivíduos formulam seus discursos, sendo pela qualificação, limitando assim o acesso e entendimento do discurso proposto, sendo pelas Sociedades de Discurso em que através de ritualisticas buscam conservar ou produzir discursos fazendo-o circular em um espaço fechado.
Diante do exposto, o discurso remete a liberdade quando se analisa sob a ótica de várias verdades e oprime quando se restringe, controla e limita a formulação e/ou o seu entendimento.
Contudo, embora o discurso tenha essa conotação de liberdade, é permeado de forças controladoras que agem externamente a partir da segregação, exclusão frente a expressões divergentes das regras sociais, institucionais e detentoras do saber.
Ainda no tocante das forças controladoras, observa-se as que agem internamente como o comentário, que o autor expõe ser uma manifestação da articulação silenciosa do texto. Outra força externa traz a ação dos autores visto que seus discursos baseiam-se na sua individualidade.
Tais forças ecoam nas condições em que os indivíduos formulam seus discursos, sendo pela qualificação, limitando assim o acesso e entendimento do discurso proposto, sendo pelas Sociedades de Discurso em que através de ritualisticas buscam conservar ou produzir discursos fazendo-o circular em um espaço fechado.
Diante do exposto, o discurso remete a liberdade quando se analisa sob a ótica de várias verdades e oprime quando se restringe, controla e limita a formulação e/ou o seu entendimento.
Rita Dias Nascimento- Mensagens : 8
Data de inscrição : 10/09/2018
Meu discurso: opressão ou liberdade?
Debora e Rita! É interessante pensar o significado oculto da palavra liberdade neste contexto de discussão. Ocorre uma triangulação entre liberdade, opressão , e coerção. Acredito que seja duvidoso nomear como liberdade ações controladas pelo interesse do outro. Isso permite-nos pensar sobre liberdade de expressão ou liberdade de opressão?
Adailce- Convidado
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